Bem-vindo ao blog do Laboratório de Bioinformática Estrutural (LaBiE) da ULBRA

Laboratório vinculado ao Curso de Química e ao Programa de Pós-Graduação em Genética e Toxicologia Aplicada (PPGGTA) da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra)
Localização:
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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Faces da biotecnologia

Destaque da 70ª edição da revista "Estudos Avançados", dossiê traz ensaios sobre a contribuição da biotecnologia em campos como medicina, agricultura e desenvolvimento sustentável

Um dossiê inteiramente dedicado à biotecnologia é o destaque da 70ª edição da revista "Estudos Avançados", lançada na última semana. Os textos já estão acessíveis em formato digital na biblioteca eletrônica SciELO (Fapesp/Bireme).

A publicação do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP) aborda as principais conquistas e perspectivas da área em um conjunto de nove ensaios que discutem, sob diversos aspectos, o amplo espectro de aplicações da biotecnologia.

De acordo com o editor da "Estudos Avançados", Alfredo Bosi, a biotecnologia é "uma das mais admiráveis conquistas da ciência contemporânea" e o interesse pelos estudos publicados no dossiê não se limita à comunidade científica.

"Eles constituem um referencial útil não só aos estudiosos de biotecnologia, mas também aos leigos, que esperam dessas pesquisas uma contribuição segura para o desenvolvimento sustentável e o trato da saúde pública", disse Bosi.

Coordenado pelo fisiologista Luiz Roberto Giorgetti de Britto, ex-diretor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP e vice-diretor do IEA, o dossiê se concentra em três vertentes: a relação entre biotecnologia e desenvolvimento sustentável; as múltiplas interações da biotecnologia com as práticas médicas, veterinárias e farmacológicas; e os usos da biotecnologia na agricultura.

Segundo Britto, os nove artigos, que foram assinados por alguns dos mais experientes pesquisadores brasileiros com contribuição significativa na área, foram escolhidos, em um primeiro momento, para cobrir principalmente a contribuição da biotecnologia para a medicina, a agricultura e o desenvolvimento sustentável.

"Evidentemente, os artigos não pretendem esgotar o assunto, que continuamente se amplia, com mais grupos se envolvendo em pesquisas biotecnológicas com forte apoio das agências oficiais de fomento à pesquisa, incluindo a Fapesp", disse à Agência Fapesp.

Britto destacou que o dossiê responde à necessidade de tratar de um tema de grande importância para a sociedade de modo geral. "A motivação principal da revista foi ilustrar um tópico que a cada dia mais frequenta a mídia e a vida da população em geral, e que ainda é bastante desconhecido em suas metodologias, seu caráter interdisciplinar e suas possíveis contribuições para a sociedade", destacou.

Ana Clara Guerrini Schenberg contribuiu com o artigo Biotecnologia e Desenvolvimento Sustentável, enquanto Mariana de Oliveira Diniz e Luís Carlos de Souza Ferreira abordaram o tema Biotecnologia Aplicada ao Desenvolvimento de Vacinas. Os três são professores do Departamento de Microbiologia do ICB-USP.

Rafael Linden, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro é o autor do artigo Terapia Gênica: o que é, o que não é e o que será. Células-Tronco Pluripotentes e Doenças Neurológicas é o tema de Alysson Renato Muotri, professor brasileiro do Departamento de Pediatria da Universidade da California em San Diego (Estados Unidos).

Planejamento de Fármacos, Biotecnologia e Química Medicinal: Aplicações em Doenças Infecciosas foi produzido por Rafael Guido, Adriano Andricopulo e Glaucius Oliva, todos professores do Instituto de Física de São Carlos, da USP.

Os professores do ICB-USP Carlos Frederico Martins Menck e Emer Suavinho Ferro contribuíram, respectivamente, com os textos A Nova Grande Promessa da Inovação em Fármacos: RNA Interferência Saindo do Laboratório para a Clínica e Biotecnologia Translacional: Hemopressina e Outros Peptídeos Intracelulares.

Biotecnologia Animal foi o tema do artigo de Luiz Lehmann Coutinho e Millor Fernandes do Rosário, ambos do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. Também professores da Esalq, Helaine Carrer, André Luiz Barbosa e Daniel Alves Ramiro fecharam o dossiê com o artigo Biotecnologia na Agricultura.

Outros temas

A revista Estudos Avançados está alcançando a marca de 14 milhões de acessos aos seus artigos, de acordo com o editor assistente da publicação, Dario Luis Borelli, que comemora o fato de a revista estar entre as dez mais acessadas da SciELO.

"Na última avaliação faltavam 20 mil acessos para a marca dos 14 milhões, que já terá sido ultrapassada quando o mês de dezembro for contabilizado. Para nós editores essa constatação tem grande importância, pois mostra o impacto social dos artigos selecionados para a revista", disse.

Além do dossiê sobre biotecnologia, a 70ª edição da revista traz uma série de textos variados que, segundo Borelli, refletem os interesses multidisciplinares do IEA.

"A seção Textos traz um balanço econômico da última gestão presidencial e o debate da situação do ensino superior no Brasil e no exterior. Há também um artigo sobre as classificações de universidades segundo diversos critérios e outros ensaios sobre história cultural, cinema e teatro", afirmou Borelli.

A seção resenhas, segundo ele, remete às publicações recentes mais relevantes do cenário editorial. O destaque é a resenha feita por José Luiz Goldfarb sobre o livro Obras científicas de Mario Schönberg, no qual a carreira do proeminente físico brasileiro é apresentada por sua discípula Amélia Império Hamburger - professora aposentada do Instituto de Física da USP e colaboradora do IEA-USP.

Mais informações: www.iea.usp.br

(Fábio de Castro)

(Agência Fapesp, 13/12)

Pós-graduação em Genética e Evolução da UFSCar recebe inscrições de pós-doutores até 3 de janeiro de 2011

O Programa de Pós-Graduação em Genética e Evolução(PPGGEv) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) recebe, até o dia 3 de janeiro de 2011, inscrições no processo de contratação de dois bolsistas de pós-doutorado. A seleção será feita no âmbito do Edital do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), dentro do projeto "Genômica funcional em insetos-praga", coordenado pelo professor e pesquisador Flávio Henrique da Silva.

O candidato deve possuir doutorado em Ciências, com ênfase em Bioinformática, Matemática, Genética, Bioquímica ou Biologia Molecular. Além disso, é necessário comprovar experiência na área de Biologia Molecular por meio de publicações em veículos de bom impacto e demonstrar capacidade de utilizar programas para análises bioinformáticas.

O projeto pretende usar metodologias de análise genômica para gerar dados de genes expressos que permitam identificar importantes genes em duas espécies de pragas agrícolas que causam prejuízo econômico ao Agronegócio. São elas: as moscas-das-frutas (Anastrepha fraterculus) e o bicudo-da-cana (Sphenophorus levis). O objetivo do estudo é fornecer subsídios para a biologia e para o controle e manejo, com a geração e análise de DNA dos insetos pesquisados.

Os candidatos escolhidos deverão se envolver na organização e análise dos resultados de sequenciamento e desenvolver estudos funcionais dos genes encontrados. Além disso, o pesquisador deverá participar de outros projetos que requerem análises bioinformáticas realizados nos laboratórios envolvidos, integrando-se e colaborando com o Programa de Pós-Graduação em Genética e Evolução daUFSCar.

As inscrições podem ser realizadas diretamente na Secretaria do PPGGEv, situada na área Norte do campus São Carlos, das 9h às 16h30, ou enviadas pelo Correio. Há também a possibilidade de se inscrever pelo e-mail ppggev@ufscar.br.

A seleção dos candidatos será feita a partir das 9 horas do dia 7 de janeiro de 2011, na sala 17 do Departamento de Genética e Evolução (DGE) da UFSCar, também na área Norte do campus São Carlos. A divulgação de resultados será feita no dia 10 de janeiro de 2011 no site do PPGGEv e por meio de correio eletrônico.

O Edital completo e demais informações sobre esta seleção estão disponíveis em www.ppggev.ufscar.br.

Mais informações pelo e-mail ppggev@ufscar.br ou pelo telefone (16) 3351-8306.

FONTE

Universidade Federal de São Carlos
Coordenadoria de Comunicação Social da UFSCar
Sergio Fragalli - Jornalista
Telefone: (16) 3351-8480

domingo, 21 de novembro de 2010

Toxicogenômica

Objetivos

Divulgar, atualizar e discutir os aspectos da Toxicogenômica (área relacionada com a avaliação toxicológica da resposta de uma célula ou organismo a fármacos e compostos xenobióticos presentes no ambiente).

Público-Alvo: Acadêmicos de graduação e pós-graduação, profissionais e docentes das áreas Biomédicas, Biociências e afins.

Programa

Novo! Material das Palestras será colocado nos links abaixo dos títulos

  • Toxicoinformática
Palestra - Hermes
Palestra - Leandro
9h - 9h40Dr. Hermes Amorim
Mdo.Leandro Camacho
  • As Plantas Medicinais Brasileiras: Efeitos Benéficos ?
9h40 - 10h20Dr. Alexandre Ferraz
  • • Neuropsicofarmacologia de Produtos Naturais e Sintéticos
Palestra - Patrícia
10h30 - 11h10Dra. Patrícia Pereira
MSc. Gabriela Regner
  • Estresse Oxidativo e Antioxidantes
Palestra - Norma
Palestra - Jaqueline
11h10 - 12h50

Dra. Norma Marroni
Dra. Jaqueline Picada
Mdo. Vinícius C dos Santos
Mdo. Nanci de Oliveira

  • Estudos de Doenças Infecciosas
14h - 14h40Dra. Maria Lúcia Rossetti
MSc. Paulo Perizzolo
  • Riscos à Saúde: Exposição Ocupacional e a Medicamentos
Palestra - Juliana
14h40 - 15h20Dra. Juliana da Silva
Mdo. Marisa Nunes
  • Genética do Câncer
15h30 - 16h10Dra. Ivana Grivicich
  • Genética Forense
16h10 - 17h50Dra. Cláudia Dorneles

Local: ULBRA Canoas Prédio 14 - Auditório B
Data: 4 de dezembro de 2010.
Horário: 9h às 12h50 e das 14h às 18h
Carga: 8h/a
Investimento: Evento Gratuito

Vagas Limitadas

INSCRIÇÕES AQUI

Informações
Secretaria de Extensão
Sala 118 – Prédio 6
Fone: (51) 3477.9166
Fax: (51) 3477.9165

Espaço Extensão e Cultura
Saguão do Prédio 6
Fone: 3477.4000 – Ramal: 9103

Av. Farroupilha, 8001
Canoas/RS · Prédio 6

E-mail:
extensaoecultura@ulbra.br

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Pós-Doutorado na área de Bioinformática em Porto Alegre

O Programa de Pós-Graduação em Patologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) está selecionando dois (2) candidatos para bolsa de Pós-Doutorado para trabahar no desenvolvimento do projeto "Emprego de ferramentas de Bioinformática para o estudo de vírus patogênicos humanos – Análise filogenética e relação entre carga viral e evolução do quadro clínico."

Período e local da seleção: de 16 a 19 de novembro de 2010, na UFCSPA – Rua Sarmento Leite,
245 – Porto Alegre-RS – (51) 3303-8763

Os interessados deverão enviar um e-mail para anabgv@ufcspa.edu.br, contendo CV Lattes e
Memorial Descritivo, e agendar entrevista.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Toxinologia: XXVIII Workshop Tematico CAT/Cepid

O 28º Workshop Temático CAT/Cepid, do Centro de Toxinologia Aplicada, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP, será realizado no dia 4 de novembro de 2010, das 9h às 17h, no Auditório do Museu Biológico do Instituto Butantan, em São Paulo.

Com o tema “Perspectivas em biologia de sistemas”, o encontro abordará as áreas de genômica, transcriptômica, proteômica, bioinformática e integração de dados, desenho de redes e modelagem.

Não há necessidade de inscrição para participação no workshop. Os organizadores são os pesquisadores Júlia Cunha, Solange Serrano e Hugo Armelin.

“Re-sequencing of tumor genomes: a systems biology perspective”, com Sandro de Souza, do Instituto Ludwig,

“Non-coding RNAs as regulators of cell functions”, com Sérgio Verjovski-Almeida, da Universidade de São Paulo,

“Roles of the ubiquitin-proteasome system in cellular regulation and protein quality control”, com Claudio Joazeiro, do The Scripps Research Institute (Estados Unidos),

“Peroxisome biogenesis – A systems approach”, com Ramsey Saleem, do Institute for Systems Biology (Estados Unidos), serão algumas das palestras.

Mais informações: (11) 3726-7222 – ramal 2042.

LNCC e UFRGS promovem simpósio sobre computação de alto desempenho

22ª edição do International Symposium on Computer Architecture and High Performance Computing (SBAC-PAD 2010) acontece entre 27 e 30 de outubro, em Itaipava, distrito de Petrópolis (RJ)

O evento é organizado por ação conjunta entre o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC/MCT) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Ao todo, 350 pesquisadores, professores e estudantes participam do simpósio.

Um dos coordenadores do SBAC-PAD, o cientista Bruno Schulze (LNCC) comenta que o encontro é de grande relevância para os atuais e futuros profissionais da área, pois tradicionalmente reúnem-se alguns dos maiores nomes que contribuem para o desenvolvimento da computação de alto desempenho. Por exemplo, este ano comparecem Willian D. Gropp, da Universidade de Illinois Urbana-Champaign (Estados Unidos), César Gonzales, da IBM, e Rafaelle Tripiccione, da Università di Ferrata.

"A participação de grandes nomes mundiais, a alta qualidade do trabalho e o relativo baixo índice de aceitação dos artigos são aspectos que fazem do SBAC PAD um evento capaz de proporcionar grandes avanços da computação de alto desempenho", comenta Schulze. "Vemos, aqui, o alto padrão de exigência da comissão julgadora, formada basicamente por 61 cientistas brasileiros, norte-americanos e europeus", observa.

Outras atividades serão promovidas paralelamente ao SBAC-PAD. Entre elas, o Simpósio em Sistemas Computacionais (WSCAD-SSC), um fórum de discussão sobre recentes desenvolvimentos em arquitetura de computadores, processamento de alto desempenho e sistemas distribuídos.

Já a 5ª Maratona de Programação Paralela vai promover competição entre equipes formadas por três membros cada, que terão um computador para solucionar, em cinco horas, nove problemas sobre desafios relacionados à programação paralela e distribuída.

A SBPC também integra as atividades do SBAC-PAD 2010, com o workshop "Challenges In eScience", que acontece no dia 29 de outubro. O evento vai reunir cientistas e outros profissionais para discutir as últimas realizações das aplicações da chamada eCiência.

Além de apresentação de artigos, o workshop terá palestras proferidas por: Eric K. Neumann, director executivo do Clinical Semantics Group; Geoffrey Charles Fox, da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos; Pedro Leite da Silva Dias, diretor do LNCC/MCT; e Philippe Cudre-Mauroux, do Database Systems, do MIT.

Mais informações: http://www.sbc.org.br/sbac/

(Assessoria de Comunicação do LNCC)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

II Semana de Estudos em Biotecnologia - Uergs

INTRODUÇÃO A BIOINFORMÁTICA

Material de aula

26 de outubro
27 de outubro

"Indústria farmacêutica tem controle total sobre pesquisas", entrevista com Carl Eliott

Interesses de laboratórios comandam quase tudo na saúde, afirma Carl Elliot, professor de bioética na Universidade de Minnesota e autor de livro sobre o lado negro da medicina

Em 1989, Len iniciou residência médica em psiquiatria, após terminar a faculdade em Harvard. Trazia no currículo excelentes notas. Mas Len era uma farsa. Nunca esteve em Harvard. Era funcionário de um laboratório. A história, real, parece conto infantil perto de outras que surgem nas 224 páginas de "White Coat, Black Hat -Adventures on the Dark Side of Medicine" (jaleco branco, chapéu preto: aventuras no lado negro da medicina), do médico Carl Elliot, professor de bioética e filosofia na Universidade de Minnesota.

Uso de "cobaias humanas" em estudos científicos obscuros, médicos sendo "porta-vozes" da indústria farmacêutica em troca de altas somas, doutores influentes que assinam artigos de escritores-fantasmas. A lista de falcatruas parece não ter fim.

Elliot, 49, um dos principais nomes da bioética nos EUA, não promete imparcialidade na sua obra. "Meu interesse é no que tem de errado. Construímos um sistema médico em que o ato de enganar não é apenas tolerado, mas recompensado", afirmou à Folha o autor de outros seis livros na área. Nos últimos cinco anos, uma série de obras vem revelando que a indústria farmacêutica escapou a todo controle. Tem influência quase ilimitada sobre a educação, a pesquisa e os médicos.

Pergunto a Elliot se os laboratórios não têm nada de bom, se são tão sombrios assim como ele pinta no livro. Ele não titubeia: "Sombrios? Deixei de fora os trechos mais desmoralizantes." A seguir, trechos da entrevista dada à Folha, por e-mail:

- A imagem heroica da indústria, associada a drogas como a penicilina e insulina, parece ter ruído após tanto escândalos e poucas descobertas. A glória acabou?

A penicilina não foi desenvolvida por uma indústria. Alexander Fleming a desenvolveu no St. Mary's Hospital, em Londres. E o trabalho crucial para a insulina foi feito na Universidade de Toronto. O problema hoje é que temos um sistema de desenvolvimento de drogas orientado para o mercado e não para as coisas que as pessoas doentes precisam.

- Você relata várias monstruosidades cometidas em ensaios clínicos. Isso ainda ocorre com frequência?

A maioria dos medicamentos ainda é testada em pessoas pobres, especialmente nos estágios iniciais. Muitas pessoas não iriam se voluntariar para tomar remédios não testados, durante três semanas, sem receber pagamento. Esses voluntários são pessoas que precisam desesperadamente de dinheiro.

- Qual o futuro do relacionamento entre a indústria farmacêutica e os médicos?

A solução que vem sendo instituída aqui, nos EUA, é a transparência. Médicos podem aceitar todo dinheiro que quiserem, desde que não escondam isso. Mas meu palpite é que isso vai normalizar a prática. Não parece haver vergonha em tirar dinheiro do setor. Na verdade, ser escolhido para ser "líder" entre os médicos, pago pelo setor, é visto como uma honra.

- Então, transparência também não resolve?

Transparência importa, mas não é a solução. Propina é propina, mesmo se é recebida a céu aberto. A solução é eliminar os pagamentos, tal como fizemos com os juízes, jornalistas e policiais.

- Médicos dizem ser impossível fazer estudos ou congressos sem a indústria. Verdade?

Não é verdade. Eventos médicos podem ser feitos sem dinheiro da indústria. Ensaios clínicos já são mais complicados. O problema é que a indústria tem controle total sobre as pesquisas. Ela enterra os resultados negativos a fim de tornar as drogas melhores do que são. Isso não é ciência, é marketing.

- É possível que médicos aceitem brindes da indústria e continuem independentes?

Médicos nunca pensam que são influenciados por dinheiro ou presentes. Mas temos 20 anos de dados mostrando que eles são, sim.

- A única solução seria cortar todas as relações entre médicos e laboratórios?

Há colaborações aceitáveis. Mas se um médico é pago só para ler um conjunto de informações da indústria ou permitir que seu nome seja adicionado a um artigo escrito por fantasmas, esse tipo de pagamento tem que ser eliminado. Conversei com um representante de laboratório que construiu uma piscina para um médico só para levá-lo a prescrever mais receitas. Como alguém justifica isso?

(Claudia Colucci)

(Folha de SP, 24/10)

terça-feira, 18 de maio de 2010

O mistério das proteínas

Prêmio para autor de estudos sobre origem de doenças neurodegenerativas e câncer

Costuma-se dizer que somos feitos de água. Não está errado, mas o corpo humano é também um conjunto altamente organizado de proteínas e outras moléculas.

Quando alguma coisa não vai bem com as proteínas, a saúde sofre. Erros na estrutura de proteínas - na forma como se dobram dentro das células - estão ligados a doenças como câncer, a forma humana do mal da vaca louca e os males de Parkinson e Alzheimer.

Um dos maiores especialistas no estudo da estrutura de proteínas, o professor titular do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ Jerson Lima Silva acaba de ganhar um dos mais importante prêmios da ciência brasileira, o Conrado Wessel, na categoria Ciência Geral, justamente por pesquisas que estão na base do conhecimento para lutar contra males hoje sem cura.

Aos 50 anos, Jerson, também diretor científico da Faperj e membro da diretoria da Academia Brasileira de Ciências, é um dos mais jovens ganhadores de um prêmio desta importância. Médico de formação, ele já publicou 135 estudos em revistas científicas de alto impacto, formou 27 doutores e é um incentivador do ensino da ciência para os jovens. A seguir, Jerson Lima Silva explica como essa linha de pesquisa pode transformar a medicina e destaca a importância da chamada ciência básica para a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento país.

Doenças do sistema nervoso: "Estudamos proteínas envolvidas em doenças neurodegenerativas e câncer. Com o aumento da expectativa de vida mundial, a incidência dessas doenças cresceu muito, causando grande impacto nos sistemas de saúde, especialmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. Doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson, esclerose amiotrófica lateral e doenças priônicas (forma humana do mal da vaca louca) fazem parte de um grupo de patologias causadas pelo dobramento errado de proteínas. Esse dobramento gera formas tóxicas que afetam as células do cérebro. Essas doenças hoje só têm tratamento paliativo e a indústria farmacêutica ainda aguarda que os cientistas de universidades e centros de pesquisa identifiquem os alvos-chaves para o uso de medicamentos."

Envelhecimento: "De fato todas essas doenças são mais comuns no idoso, tanto pelo efeito cumulativo (formação e acúmulo de placas de proteínas defeituosas), que é lento, como pela dificuldade progressiva das células do idoso de usar os mecanismos de reparo ou de degradação das proteínas mal enoveladas."

Câncer: "Eu e meu grupo também estudamos uma proteína chamada p53. A forma defeituosa da p53 tem relação com cerca de 50% dos casos de câncer, hoje a segunda causa de morte no mundo. Essa proteína controla o ciclo celular e, em condições normais, faz com que as células saibam quando parar de se replicar. O câncer se caracteriza pela proliferação descontrolada das células, que afeta órgãos e tecidos.

Quando a p53 sofre defeitos que a fazem 'se enovelar errado' dentro das células, ela perde a função e abre caminho para o desenvolvimento do câncer. Investigamos a causa dessa conformação errada. Um dos desdobramentos da pesquisa é no diagnóstico, para identificar casos com mau prognóstico.

O outro é desenvolver terapias para restaurar a proteína p53 mutante e interromper o processo da doença, com efeitos diretos sobre as metástases. Procuramos moléculas que restaurem a p53. Trabalhamos ainda com outras proteínas ligadas a cânceres, como BCR-abl (leucemia mieloide crônica), Smac/DIABLO e IAPs, ambas importantes no processo de morte celular. Eu coordeno duas redes de estudo de genômica e proteômica estrutural em câncer de mama."

Mal da vaca louca: "Uma das descobertas mais importantes do grupo que eu coordeno é ter mostrado que os prions, proteínas alteradas que causam encefalopatias popularmente conhecidas como doenças da vaca louca, precisam de ácidos nucleicos (provavelmente RNA) para se propagar. Mudamos o paradigma sobre essas doenças."

Instrumentos de trabalho: "Utilizamos um arsenal de ferramentas espectroscópicas, tais como fluorescência e ressonância magnética nuclear (RMN) associadas a técnicas de biologia molecular e celular. Nosso objeto de estudo são processos complexos que acontecem dentro das células."

Excesso fatal: "As proteínas associadas a doenças neurodegenerativas são misteriosas. Na maioria das vezes sequer se conhece sua função normal. Mas sabemos que quando se dobram ou enovelam errado dentro das células, elas geram agregados que as fazem perder a função. A célula morre porque a proteína não só não funciona quanto ainda forma agregados tóxicos, particularmente nocivos aos tecidos do sistema nervoso. Até o momento, foram identificadas cerca de 40 doenças causadas por esses agregados."

Pesquisa básica: "Como pesquisador e diretor científico da Faperj considero a área básica a galinha dos ovos de ouro do desenvolvimento tecnológico, industrial e social de qualquer país. Felizmente o Brasil fez uma aposta em apoiar a pesquisa básica, o que resultou em um aumento da produção de artigo científicos publicados em periódicos indexados de cerca de 10 vezes nos últimos 20 anos. Além do conhecimento gerado, temos formado mais de 10 mil doutores por ano, que estão sendo fixados não só pelas universidades e centros de pesquisa, como também pelo setor empresarial.

Hoje a fronteira entre pesquisa básica e aplicada está cada vez mais indistinguível . Quando eu comecei meus estudos sobre a conformação protéica há mais de 25 anos, poderia se dizer que meu trabalho era puramente básico. Agora se sabe que conhecer os princípios responsáveis pela correta aquisição da estrutura de uma proteína parece ser o único caminho para impedir ou tratar dezenas de doenças."

Jovens: "A receita para ter jovens interessados em ciência é oferecer educação de melhor qualidade. Também é importante começar o mais cedo possível, de preferência antes de a criança ir para a escola, quando a família representa um papel crucial. Por isso, a TV, a internet, o museu, o jornal e outros meios de comunicação têm fundamental importância em divulgar informação científica de qualidade a todo o país."

(Ana Lucia Azevedo) (O Globo, 16/5)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

O quê você pode aprender a partir do genoma?

Artigo recente publicado no periódico Lancet descreve uma abordagem completa e integrada para tirar o máximo de informação clinicamente relevante das seqüências genômicas. No entanto, a mensagem principal do artigo é sobre o quanto ainda estamos longe antes que possamos fazer pleno uso de nossa informação genética. Em resumo, mais oportunidades para a bioinformática. Leia mais aqui.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Genoma de bactéria que causa doença virulenta a castanheiros é sequenciado

Equipe de cientistas britânicos espera lançar luz sobre os mistérios do cancro do castanheiro (bleeding canker), uma doença que ameaça as árvores da espécie. Leia aqui.

terça-feira, 20 de abril de 2010

A bioinformática avança

Com uma placa de vídeo e um processador, aluno de mestrado da UnB consegue fazer comparação genética entre cromossomos do homem e do macaco mais rapidamente do que a obtida por 4.096 processadores

Respostas sobre a origem da espécie humana podem vir de outros lugares que não os laboratórios de biologia. Graças a uma área que vem ganhando cada vez mais espaço - a bioinformática - e à contribuição de especialistas das ciências exatas, os cientistas conseguem se aprofundar cada vez mais no estudo das células e DOS genes do homem.

Uma das mais recentes inovações veio da Universidade de Brasília (UnB). Edans de Oliveira Sandes, 25 anos, aluno do mestrado em ciência da computação, testou um novo método para a comparação genética entre toda a sequência dos cromossomos 21 do homem e 22 do chimpanzé.

O estudante utilizou uma placa de vídeo de cerca de R$ 1 mil acoplada a um processador comum para atingir maior desempenho na comparação e obteve um resultado surpreendente: a análise foi feita em 21 horas. A orientadora do mestrado de Edans, professora Alba Cristina Melo, estima que seriam necessários 4.096 processadores trabalhando durante 24 horas para atingir o mesmo resultado - ou 64 processadores funcionando durante um mês.

O grande diferencial da técnica desenvolvida na UnB é que ela permite a comparação da sequência integral dos dois cromossomos. Hoje, a análise genética de qualquer ser vivo depende de computadores potentes e muita memória, uma vez que a quantidade de dados em cada gene é astronômica. Por conta disso, muitos cientistas utilizam apenas partes dos cromossomos para fazer seus estudos. Essa ferramenta é chamada de método heurístico.

"O método heurístico é utilizado na maior parte dos chamados projetos genoma. Mas existe outro método mais exato e que dá uma solução melhor ainda. O problema é que essa técnica não está difundida, porque gasta muito tempo e muita memória de processamento", esclarece a professora Alba.

A ideia do projeto surgiu em 2008, quando Alba fazia pós-doutorado na Universidade de Ottawa, no Canadá. Ela leu um artigo publicado na revista Nature, quatro anos antes, sobre a similaridade entre o cromossomo 21 do homem e o 22 do chimpanzé. Na época, pesquisadores do Japão, da China, da Alemanha e dos Estados Unidos utilizaram o método heurístico para fazer a análise. "Aí eu pensei: 'Por que não tentar o estudo da sequência completa?'", conta a professora.

O desafio foi aceito por Edans Sandes, que já havia trabalhado com computação de alto desempenho quando cursava a graduação. O estudante, então, aplicou o tal método pouco difundido, o algoritmo de Smith-Waterman, proposto em 1981. Edans levou cerca de seis meses para executar as instruções na placa de vídeo.

"Até pouco tempo atrás, esse algoritmo havia sido usado apenas em processadores normais. Há cerca de cinco anos, porém, começaram os testes em placas de vídeo", explica o jovem.

A placa GPU - sigla para Graphics Processing Unit (unidade de processamento de vídeo) - tem sido muito utilizada na computação de alto desempenho, porque os modelos atuais têm, pelo menos, 200 núcleos de processamento.

"Hoje, a gente já fala em duo core, quad core, que seriam dois ou quatro núcleos de processamento na CPU do computador. O interessante da placa de vídeo é que ela já tem uma grande quantidade de cores", detalha o mestrando.

Edans utilizou um modelo de 240 núcleos. Outros pesquisadores já usaram placas GPU em projetos parecidos com esse, mas nunca para a análise de sequências longas - caso dos cromossomos 21 do homem e 22 do chimpanzé. O 21 do homem possui 46,9 milhões de bases e o do macaco, 32,7 milhões. O cálculo da matriz entre os dois dá um número gigantesco de mais de 12 petabytes.

Espelho dos primatas

A primeira fase da pesquisa de Edans mostrou que os dois cromossomos têm 83% de similaridade, o que faria deles cromossomos homólogos. Segundo o professor Fábio Pittella, do Instituto de Biologia da UnB e especialista em genoma humano, a expressão indica que muitas informações presentes no cromossomo 22 do macaco estão também no 21 do homem. Esse cromossomo é um dos menores da cadeia genética e foi o primeiro a ser sequenciado no projeto genoma humano.

"Em ciência, a gente sempre procura facilitar o estudo das coisas. Por ele ser um dos menores, é um dos mais utilizados em pesquisas", explica Pittella.

Os cientistas ainda não mapearam completamente o cromossomo 22 do chimpanzé, mas já foram encontradas má-formações parecidas com as do cromossomo 21. No homem, quando há a trissomia do 21 - o cromossomo, ao invés de se duplicar, é triplicado - ocorre a Síndrome de Down. Pesquisas com primatas identificaram indivíduos com essa mesma trissomia no cromossomo 22 e características semelhantes às de Down.

Na segunda fase do projeto, que deve terminar até julho deste ano, Edans Sands pretende obter o alinhamento completo dos dois cromossomos. Isso servirá para que os cientistas identifiquem exatamente as partes similares e, assim, possam determinar quais características são intrinsecamente humanas. Seria uma forma de entender como ocorreu a evolução do homem.

"Minha ideia é desenvolver, até o fim do mestrado, uma ferramenta que possa ser usada pelos biólogos para fazer comparações desse tipo com mais rapidez", explica o estudante da UnB. Edans também espera melhorar o desempenho da placa GPU. "Conseguimos o resultado da análise em 21 horas com um modelo comum. Dentro de um ou dois anos, essas placas estarão ainda mais desenvolvidas e poderemos reduzir o prazo da comparação", planeja o jovem.

A professora Alba, orientadora do mestrado de Edans, já apresentou o projeto em uma conferência de computação na Índia. Também fez duas palestras sobre o tema, uma na França e outra na Alemanha. Ela e Edans, no entanto, ainda não encontraram biólogos especializados no assunto para fazer a análise dos resultados.

"O problema é que, na biologia, eles trabalham com organismos específicos. Existem biólogos que estudam cada cromossomo do homem e do macaco, exclusivamente", comenta Alba.

Mesmo sem esse retorno, a professora afirma que a interação entre biologia e ciência da computação vai gerar muitas descobertas nos próximos anos. Colega de Alba, a professora Maria Emília Walter é doutora em bioinformática. Ela aposta que os cientistas da computação podem sugerir novos caminhos de pesquisa para as ciências da vida.

"Nós desenvolvemos ferramentas para juntar os dados por eles coletados e apresentar uma análise completa do ponto de vista computacional", explica. "E isso tende a crescer cada vez mais, inclusive com a cooperação de outras áreas, como a farmácia, a medicina, a química e a física", exemplifica.

(Carolina Vicentim)

(Correio Braziliense, 19/4)

Antioxidantes podem não ajudar na prevenção do câncer

Para diminuir o risco de câncer, não conte com suplementos antioxidantes. Foi a conclusão de um painel de investigadores na reunião anual da Associação Americana para Pesquisa do Câncer. Leia.

domingo, 18 de abril de 2010

Bioinformática farmacêutica

Siga esta novidade, pois a Bioinformática Farmacêutica é uma das novas disciplinas no campo da da genômica.
A Bioinformática Farmacêutica é essencial para a biomedicina, possuindo aplicações em áreas como farmácia, medicina, biologia e química medicinal. Leia mais aqui.
O texto "Dos genes aos fármacos" também trata um pouco sobre este assunto.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Incentivo à produção de fitoterápicos ainda não deslanchou no país

Produção de medicamentos a partir de plantas medicinais pode ser alternativa para o desenvolvimento do semiárido, aponta pesquisador

Iniciativa interministerial instituída por decreto em 2006, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos ainda não gerou frutos, devido principalmente à falta de uma instância superior que coordene as ações individuais promovidas em diferentes instituições do país.

O diagnóstico foi apresentado pelo médico Odorico Moraes, professor do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), nesta quarta-feira (14/4), na Reunião Regional da SBPC em Mossoró (RN). Com mais de 30 anos de experiência na área de fitoterápicos, o pesquisador entende que o segmento, apesar de promissor, ainda não recebe a atenção que merece em termos de políticas públicas.

"O impacto da política de plantas medicinais e fitoterápicos, até agora, é zero. Falta uma coordenação acima dos ministérios que tenha o poder de dizer o que cada um deles deve fazer", avaliou o pesquisador.

A política nacional tem como objetivo principal garantir à população o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional.

Suas ações são determinadas por um programa elaborado por representantes de nove ministérios (Casa Civil; Integração Nacional; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Desenvolvimento Agrário; Ciência e Tecnologia; Meio Ambiente; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Cultura), além da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A falta de uma coordenação supraministerial, alerta Moraes, também desestimula a colaboração efetiva entre as instituições que estudam o tema. "Cada pesquisador faz seu trabalho isoladamente. Não sei se alguém do Rio está estudando a mesma planta que eu, no Ceará. E isso faz com que a gente duplique esforços e investimentos", lamenta.

O pesquisador conta que, por encomenda do Ministério da C&T, com investimento de R$ 2 milhões, a UFC iniciou estudo com cinco plantas medicinais, com grande potencial de aplicação industrial. "Vamos fazer nosso trabalho, estudar sua eficácia e segurança. Entretanto, não tenho nenhuma garantia de que outras pessoas não estão fazendo o mesmo", observa.

Segurança nacional

Em sua apresentação na Reunião Regional de Mossoró, Odorico Moraes mostrou que 88% das matérias-primas utilizadas pelas indústrias farmacêuticas são importadas da Índia e da China. No entanto, alerta o pesquisador, esses países já não querem mais vender insumos, e sim o medicamento manufaturado.

"Além de comprar medicamentos de qualidade duvidosa, vamos ficar dependentes dessas nações. Trata-se de uma questão de segurança nacional. Um país que tem capacitação nas universidades e uma biodiversidade imensa como a nossa está perdendo tempo", avalia.

A produção de fitoterápicos pode ser ainda uma alternativa viável para o incremento da inovação das indústrias farmacêuticas nacionais. Segundo Moraes, o custo médio para desenvolver um medicamento sintético varia entre US$ 400 milhões e US$ 800 milhões. Para a produção de um fitoterápico, o custo no Brasil fica entre R$ 15 milhões e R$ 30 milhões.

Semiárido

O clima peculiar do semiárido brasileiro fez com que muitas espécies da flora regional desenvolvessem adaptações que ainda são pouco conhecidas dos pesquisadores, garante Moraes.

Para o pesquisador da UFC, além de melhor aproveitar a rica variedade existente nas chamadas "farmácias vivas" do Nordeste, a produção de fitoterápicos pode servir para introduzir o produtor rural na cadeia do desenvolvimento e apresentar uma alternativa econômica a estas comunidades - num mercado promissor e que movimenta internamente perto de R$ 600 milhões por ano.

"Precisamos aproveitar a base acadêmica e a infraestrutura já existente na região e investir com força na produção de fitoterápicos como alternativa para o desenvolvimento do semiárido. Para isso, o governo deve incentivar as iniciativas já existentes e determinar estratégias para pesquisas futuras", conclui o pesquisador.

(Daniela Oliveira, de Mossoró, para o Jornal da Ciência)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Vírus transformado usa luz para dividir molécula de água

A pesquisadora Angela Belcher, do MIT, projetou um vírus que capta energia luminosa e a utiliza para catalisar a divisão de moléculas de água, um primeiro passo de um possível novo caminho para gerar hidrogênio para células de combustível. Leia a matéria da Scientific American

Estudos recentes sobre alosterismo

Leia os resumos de estudos recentes envolvendo alosterismo em importantes alvos farmacológicos, publicados na Cell - Structural Biology Select

terça-feira, 13 de abril de 2010

RCSB PDB e OpenHelix anunciam tutorial e material de treinamento gratuitos

O Protein Data Bank (PDB) se junta com parceiro OpenHelix (especializado em recursos de informática) para fornecer tutoriais online, guias de referência rápida, além de e outros programas de formação e treinamento. Leia mais aqui.